8 de dezembro de 2014

MINHA AMIGA PRATICA YOGA, EU TAMBÉM! – PARTE 32




HUMBERTO MENEGHIN


Fiquei com a cara no chão quando vi que o celular que tocou durante a meditação era o meu. Imediatamente o desliguei, sem querer saber quem poderia ser, porque todos olhavam para mim como se me condenassem pela interrupção. Resolvi não dizer nada, pois a Kátia Cristina logo pegou o fio da meada novamente, conduzindo a meditação. Então, quando terminamos o momento meditar, soube que quem havia me ligado era a Lili, aquela professora de Yoga com quem dentro de algumas horas teria uma prática. Já na minha mesa, escutei o recado gravado: “Ganesha está contigo, Ganesha está comigo, abrindo os caminhos, removendo os obstáculos. Om Ganapatiyei Shivaha!”


Não entendi muito bem o que ela quis dizer com isso e resolvi ignorar a mensagem. Mas, coincidentemente recebi outro chamado: agora era a Tati da agência de viagens pedindo para eu procurá-la o quanto antes para formalizar minha inscrição no Grupo da Lili – Índia e claro pagar a verba inicial. Então, respondi dizendo que amanhã providenciaria o que a Tati queria de mim.


Sorrateiramente, Marinice se aproximou da minha mesa, com uma xícara de café numa das mãos, dizendo: “A Walkiria está em férias, foi para Europa. Sabia que a Jaque injetou silicone nos peitos, sabia? Mas, o que você achou da sessãozinha espiritual que a Kátia Cris fez com a gente? Enfadonha, né? Seu celular tocou, aha, aha, aha! Que meda! Não gostaria de ter passado por isso.” E, da mesma forma como apareceu, ela se afastou sem querer me ouvir.


O fim da tarde veio e logo já estava indo para a Yoga junto com a Claudinha. Chegamos cedo ao espaço, nos trocamos, tomamos um chazinho na recepção e já fomos para a sala de prática, onde nos deparamos com a Simone, Neuzinha e Amanda aquela professora de Inglês que cantou outro dia na aula. E, foi então que a Simone me perguntou sobre o Paulo Roberto. Respondi que já fazia algum tempo que não o via lá no escritório e nem por aqui na Yoga. Mas, a Claudinha comentou que ele estaria praticando com o Nando, o professor que dava aulas noutra sala. Então, alguém tossiu para depois vermos a Lili entrar na sala cantando seguidamente: Om Ganapatiyei Shivaha, Om Ganapatiyei Shivaha, Om Ganapatiyei Shivaha ...


E a mulher não parava mais de cantar isso. A mesma coisa que ouvi na mensagem gravada em meu celular. Será um mantra? Acomodando-se, Lili sinalizou com as mãos para que acompanhássemos, o que a maioria de nós começou a fazer passivamente Om Ganapatiyei Shivaha, talvez por dez minutos.


Quando a Lili parou de entoar aquele mantra, Neuzinha perguntou: “Ganesha e Shiva num mesmo mantra? Esse mantra não existe, Lili. Nunca ouvi antes.” 


Em resposta a professora disse: “Flor, o que importa é a essência e a intenção do mantra. Você tem Shiva e Ganesha no coração? Se tem entendeu. Se não tem ficará a ver navios quando precisar deles. Entendeu? – e abruptamente disse em voz alta: – Em pé todos, podem começar a fazer as saudações ao mestre Sol. Vai, vai, bandhas presos! Entenderam? Prendam o mula bandha! Mula bandha solto não vai transmutar nada e nem deixar o bumbum durinho pro próximo verão, ouviram meu povo??? Prendam o mula bandha!!!”


Tentava prender o mula bandha, mas parecia que ele se soltava. E, com isso, a minha prática daquela noite não foi boa; não me concentrei e essa de ela dizer para mantermos o mula bandha preso o tempo todo já estava me deixando nervosa. Então, algo na minha cabeça me disse para eu experimentar uma aula com o Nando, o outro professor da sala ao lado.


A prática chegou ao fim e antes que todos fossemos embora, Lili falou de repente: “Dólar alto, à dois e sessenta, não espanta ninguém para irmos ao encontro dos Deuses e Deusas da Índia mãe. O roteiro da minha viagem  à Índia está uma delícia, só está faltando duas pessoas para completar o número mínimo do grupo. Essas minhas duas amiguinhas – referindo-se a mim e à Claudinha – já estão mais do que confirmadas ... Quem mais vai se juntar a nós?

Harih Om!


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